Zoom Fatigue: Você conhece esse termo?

Zoom Fatigue

Zoom Fatigue: Você conhece esse termo?

“Eu cansei.”

Esta é uma frase que tem resumido nossos dias, após longas horas em frente às telas e partindo de uma reunião a outra, sem tempo para respiros. A nossa atual realidade, em sistema Home Office, frequentemente nos convida a ultrapassar os limites do uso dos computadores e celulares, e com isso, percebemos brotar diversas complicações físicas e emocionais.

Um desafio para muitos de nós.

Você já reparou que essa exaustão se agravou nos últimos tempos?  Pois saiba que há uma explicação e até mesmo um termo para isso: Zoom Fatigue. Apesar de fazer referência a uma das ferramentas mais utilizadas para encontros virtuais, a expressão pode ser associada a qualquer tipo de chamada de vídeo: Google Meet, Skype, Microsoft Teams, Whatsapp, entre outras plataformas.

Agora vamos aos problemas centrais:

De acordo com Thaís Gameiro, neurocientista, com doutorado na UFRJ e sócia da empresa de assessoria e educação corporativa Nêmesis, em entrevista concedida ao jornal O ESTADO DE S.PAULO, uma das principais causas da extenuação é a ausência de regras estabelecidas para o mundo virtual: “A rotina de trabalho presencial foi substituída pela virtual, mas sem discussões sobre limitações e adaptações necessárias”, afirma Thaís.

É possível compreender os desafios das empresas em estruturar uma nova maneira de atuação, haja vista a disrupção ao que sempre funcionou bem. Mas veja, o cérebro humano não foi projetado para operar sem a presença física nos relacionamentos, considerando que 93% da nossa comunicação ocorre de forma não verbal. Estudiosos do comportamento humano esclarecem que durante um diálogo, nosso cérebro utiliza diversos mecanismos para captar toda a situação, ou seja, ele recolhe informações verbais e também corporais, como olhares, movimentos e até freqüência respiratória. Toda essa absorção é uma característica natural do ser humano e requer pouco esforço cognitivo, ajudando a criar uma percepção holística do que está sendo transmitido.

Contudo, no ambiente virtual há uma limitação no que diz respeito à utilização dessas habilidades citadas, pois a distância física impede algumas percepções. O psicólogo carioca Alberto Filgueiras, do Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), em entrevista concedida à Revista Veja, explica que, além disso, existe também um aumento na quantidade de estímulos enviados ao cérebro que, por sua vez, precisa empenhar mais energia para interpretar a realidade online.

“… a imagem da galeria onde todos os participantes da reunião aparecem desafia a visão central do cérebro, forçando-o a decodificar tantos indivíduos simultaneamente que nada é absorvido de maneira significativa, o que gera tensão — e stress.”

Como resultado disso, chegamos ao esgotamento… E ele não vem sozinho, traz consigo as dores de cabeça, dores musculares, cansaço visual e tantos outros desconfortos que, aos poucos, vão minando nossas energias.

“A dor de cabeça vem pelo excesso de funcionamento da parte cognitiva do cérebro, localizada principalmente na testa, já que ela funciona em uma velocidade e um tempo em que não estamos acostumados. Quando prestamos atenção na tela também tencionamos alguns músculos faciais, o que gera dor”, esclarece Thaís Gameiro.

Neste sentido, algumas medidas práticas podem ser tomadas, a fim de diminuir os desconfortos:

  • Estabeleça uma agenda de reuniões consciente;
  • Limite as durações das reuniões (no máximo 50 minutos);
  • Intercale as videoconferências;
  • Diversifique as ferramentas (para alguns assuntos, substitua a videoconferência por ligações, áudios ou mensagens de texto);
  • Procure maneiras de fazer algo analogicamente;
  • Uma coisa de cada vez;

Por fim, Se possível, desconecte-se das telas quando não estiver no trabalho e aproveite um pouco da vida offline.

Sem comentários.

Postar um comentário