Desigualdade: Mulheres no Mercado de Trabalho

Desigualdade: Mulheres no mercado de trabalho

Desigualdade: Mulheres no Mercado de Trabalho

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a desigualdade no mercado de trabalho divulgou um estudo que revela que apenas 54,5% das mulheres com 15 anos ou mais trabalharam no país em 2019, enquanto o percentual dos homens é de 73,7%.  

A pesquisa revelou um dos fatores que influencia a dificuldade da inserção do sexo feminino no mercado de trabalho: presença de crianças com até três anos. Mulheres que possuem filhos com essa idade tem uma taxa de ocupação de 54,6%, com uma diferença de – 12,6% em relação as que não tem filho.  

Você já reparou como não perguntam aos homens se eles possuem filhos nas entrevistas de trabalho? Os homens que possuem crianças com até três anos tem um nível de ocupação de 89,2%, enquanto os que não tem possuem uma taxa de 83,4%.  

Os dados são ainda mais assustadores para as mulheres pretas e pardas com crianças, que é inferior a 50%, enquanto as brancas tem um percentual de 62,6%.  

Outro impacto são as tarefas domésticas: o estudo apontou que em 2019 as mulheres passaram quase o dobro de tempo que afazeres domésticos em relação aos homens (21,4 horas semanais contra 11,0 horas). A renda afeta nesse sentido: as mulheres que tem salários maiores dedicam um período menor, já que conseguem terceirizar o serviço.   

Segundo dados de pesquisa da FGV, mesmo com ensino fundamental completo, a taxa de desemprego entre as mulheres subiu de 20,35% para 20,59% entre 2020 e 2021; e com ensino médio completo, a taxa de desemprego subiu de 19,03% para 19,04%. 

Por outro lado, no caso dos homens com ensino fundamental completo a taxa de desemprego caiu de 13,29% para 11,86% entre 2020 e 2021. No mesmo período caiu de 12,89% para 11,63% a taxa de desemprego entre homens com ensino médio completo. 

 

Desigualdade Salarial 

A diferença de salário entre gêneros é um dos fatores mais preocupantes quando o assunto é mulheres no mercado do trabalho. Ainda sobre a pesquisa do IBGE, em 2019 as mulheres ganhavam em média 77,7% do salário dos homens. A diferença ainda aumenta em cargos de gerência e direção, onde elas ganham apenas 61,9% do rendimento de homens.  

Em uma pesquisa mais recente feita para o G1, as mulheres ganhavam em média 20,50% a menos que os homens no final de 2021.  

  

Educação 

Pesquisas indicam que falta qualificação no mercado de trabalho, mas não é o que acontece com as mulheres: elas são, em média, mais instruídas que os homens. 

As mulheres com 25 anos ou mais que não tinham formação ou fundamental completo correspondem a 37,1%, enquanto o percentual dos homens sobe para 40,4%. O mesmo acontece no ensino superior: o índice delas é de 19,4% contra 15,1% deles.  

Outro fator que é importante pontual é a desigualdade entre as mulheres: brancas tem uma frequência escolar de 40,9%, acima de pretas ou pardas com 22,3%.  

  

Política 

Apenas 14,8% das mulheres ocupavam a Câmara dos Deputados até o final de 2020. Esse dado faz com o que Brasil tenha uma das menores proporções em um ranking com 190 países, ficando 142º.  

Mesmo sendo maioria na população e mais escolarizadas, apenas 16% dos vereadores eleitos foram mulheres em 2020 – um aumento de 3 pontos percentuais em relação a 2016.  

 

A desigualdade de gênero no ambiente de trabalho é um grande problema e afeta toda a sociedade. Um ambiente com igualdade e diversidade onde as pessoas se sentem respeitadas gera um espaço mais produtivo, capaz de dialogar com públicos mais diversos e atender maiores demandas.   

Segundo o relatório sobre igualdade de 2020 do Fórum Econômico Mundial a equidade de gênero é uma realidade distante: o estudo estima que serão necessários aproximadamente 250 anos para que tenhamos igualdade entre os gêneros no mercado de trabalho.  

 

 

 

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